Desde sua invenção, o automóvel é objeto de desejo, com seus donos loucos por eles. Há quem cuide e zele tanto como se o mesmo fosse um membro importante da família.
O amor é tanto que muitos motoristas apaixonados querem fazer de seu bem algo único, e por isso procuram diferentes formas de deixá-lo ainda mais especial e personalizado. E uma das mudanças estruturais preferidas pelos proprietários são os carros rebaixados.
Mas você sabia que essa prática não é nada recomendada? Entenda o porquê lendo o artigo que preparamos especialmente para você. Boa leitura!
O que é um carro rebaixado?
Quando opta por rebaixar o carro, o dono do veículo está permitindo que o sistema de molas e amortecimento seja alterado. Essa modificação visa deixar o centro de gravidade do carro mais próximo do solo. Essa mudança pode alterar o desempenho do carro, tornando-o mais próximo de um esportivo – com a esperança de ter a aerodinâmica e estabilidade beneficiadas com essa mudança.
Para ficar mais claro: existem dois tipos de molas para suspensão. As fixas, que são as mais comuns, e as chamadas móveis, que permitem que o carro altere a sua altura com relação ao solo. Esse segundo tipo só pode ser usado em um veículo quando instalado diretamente de fábrica – ou seja, não pode ser instalada em um veículo que tem as molas fixas.
Assim, o que costuma acontecer, são proprietários que buscam cortar as molas fixas, para obter essa redução na altura do veículo.
No entanto, a legislação brasileira tem termos bem claro no que diz respeito à esse tipo de modificação.
O que a lei diz sobre carros rebaixados?
Para a legislação brasileira de trânsito, os carros rebaixados são considerados veículos que sofreram alterações em suas características originais. Assim, devem se submeter a certas regras, bem como vistorias e testes de segurança.
A Resolução 4791/14 do Contran, Conselho nacional de Trânsito, permite a possibilidade de alteração no sistema de suspensão dos veículos, desde que cumpridos certos termos.
Por exemplo, segundo a Resolução 292/08, também do Contran, os veículos que podem sofrer esse tipo de alteração são:
- Automóveis de passageiros;
- Camionetas mistas;
- Caminhonetes de carga;
- Caminhonetes especiais;
- Utilitários mistos.
Além disso, também é necessário se atentar ao que dispõe o Código Brasileiro de Trânsito, especialmente em três artigos:
- Artigo 98 – deixa claro que é necessária autorização prévia da autoridade de trânsito para realizar tal mudança. Além disso, o veículo não pode ultrapassar os limites legais de emissão de gases ou ruídos sonoros;
- Artigo 106 – estipula que essas alterações devem ser comprovadamente testadas e qualificadas, certificando a segurança do veículo;
- Artigo 123, inciso iii – depois de feitas as alterações no veículo, será necessária a expedição de um novo certificado de registro do veículo (CRV).
Riscos para a segurança
Um dos principais riscos que o rebaixamento traz para os carros é o fato de que mais baixos, os parachoques estão fora dos padrões de segurança.
Isso quer dizer que, por exemplo, numa colisão entre dois veículos, um rebaixado e o outro comum, os maiores danos estruturais serão sentidos no modelo modificado. Assim, os carros rebaixados tendem a deformar mais, uma vez que suas linhas de choque estão fora do projeto original.
Outro ponto, que será mais discutido adiante, é o fato de que os carros rebaixados sofrem com o desgaste natural de algumas peças mais acelerado. Assim, podem haver quebras do amortecedor, por exemplo, com o carro em movimento. Um acontecimento desses pode gerar acidentes fatais, especialmente em altas velocidades.
Inclusive, até questões mais simples, como o uso de um macaco ou a necessidade de um reboque se tornam complicadas em carros rebaixados. Na verdade, de acordo com o quão baixo está o assoalho do carro, é impossível realizar qualquer uma dessas ações.
Desgaste Precoce
Além de toda a questão de segurança, que é primordial, outro grande fator negativo dos carros rebaixados é que o seu desgaste acaba sendo bem maior. Isso porque as alterações de altura tendem a exigir bem mais de peças que foram projetadas para trabalhar de acordo com a configuração original.
Dentre as maiores vítimas do rebaixamento estão os próprios amortecedores, que sofrem muito mais impactos do que deveriam. Podem haver, inclusive, quebras das peças – especialmente quando submetidas a velocidades superiores a 100km/h, o que pode gerar acidentes gravíssimos, como já citado anteriormente.
Além disso, também surge a possibilidade de aparecerem trincas na longarina – que nada mais é senão um perfil de aço responsável pela resistência estrutural de um carro.
Sem contar o fato de que os pneus também serão muito mais exigidos, o que com certeza diminuirá em um bom tempo sua vida útil.
Problemas na hora da revenda/seguro
Já não fossem suficientes todos esses pontos negativos, os donos de carros rebaixados também podem encontrar problemas na hora de revender seus veículos.
Isso porque, embora haja um investimento feito no carro para suas alterações, o mercado costuma ter uma percepção de valor menor sobre ele. E isso se justifica especialmente pelos fatores citados anteriormente, como o desgaste de peças e a fuga do projeto original.
A maior parte dos compradores se sente inseguro com essas mudanças, o que faz com que o veículo alterado seja comumente desvalorizado na hora da revenda.
Além disso, existe também a dificuldade de fazer um seguro para o veículo modificado. Algumas seguradoras têm planos que protegem os carros rebaixados, no entanto é preciso realizar um garimpo em sua busca. E os valores costuma ser bem diferenciados – inclusive pela oferta reduzida.
Agora que você já sabe quais são os pontos negativos de rebaixar o carro, pode analisar se vai valer a pena. Nossa dica é: procure manter essa característica de seu automóvel intacta se tem planos futuros de vende-lo.
Existem outras formas diversas de personalizar seu carro. Para ficar por dentro dessas maneiras, e de outros assuntos que dizem respeito ao seu veículo, continue sempre de olho aqui no conteúdo do Blog Loucos Por Carros.